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Relato uP2

Dear Families,


Nas duas últimas semanas a releitura da obra “Transarquitetônica” do artista brasileiro Henrique Oliveira, foi a atividade que mais marcou as crianças e, com certeza, foi bastante especial. No relato a seguir iremos compartilhar como foi o processo de produção, bem como escolha desta obra para compor nosso projeto Means of Transportation. Vocês podem pensar: mas qual a relação de tijolos, cimento, concreto, galhos e argila com os meios de transporte? Como resposta indico vocês a refletirem na palavra movimento. A vida, nós, e os mais diversos meios são permeados por transições, no sentido de mudanças constantes. Cada vez que nos movimentamos transportamos algo que já estava conosco para outro lugar e temos com isso a oportunidade de agregar conhecimento e valores ao nosso ser. Cada um de nós é um meio de transporte, de locomoção, carregamos nosso corpo, nossa fala, nosso saber. Falar do abstrato, das entrelinhas da vida também faz parte da construção de conhecimento, é importante que seja posto, principalmente para os pequenos que estão em fase plena de autoconhecimento e exploração de mundo.


Os meios de transporte existem, mas não apenas esses objetos compõem nosso projeto, que foi divido em alguns subitens (se assim pode-se nomear) e, vocês terão conhecimento no decorrer do semestre. Um deles foi a Cidade, tema macro escolhido para ser abordado como se locomovem os meios de transporte pelas ruas, avenidas, estradas e quais são característicos desse ambiente urbano (trem, helicóptero, carros, caminhões, motos, bicicletas, aviões etc), ademais também foi trabalhado o ambiente cidade. Nosso segundo tema macro é o Campo, com isso queremos dizer, lugares afastados do espaço urbano, em que pode-se encontrar outros tipos de locomoção, bem como outro estilo de vida. Para alcançar esse objetivo em conversa com a teacher Nana do up3 B, que muito entende de Arte, indicou a obra “Transarquitetônica”. Logo, foi pensado em uma releitura e, que essa obra deveria conter algo de “transição” (Cidade -> Campo).


E assim foi feito. Com tijolos, cimento e blocos de concreto a cidade foi representada, com o bagaço de cana uma estrutura mais leve e despojada que representa a distância da cidade, com os galhos e a argila foi representada justamente essa transição, são os elementos “movimento” de nossa obra. As crianças experienciaram esses diversos materiais e foi incrível, foram descobertas lindas em grupo, repletas de memórias. Durante o processo eles reviveram as atividades já realizadas, algumas falas surgiram, por exemplo o dia que Bento comentou, ao ver a exposição pronta, que eles lavaram as pedras, e “construíram a casa”, ou quando Maria pontuou, que o bagaço de cana a Teacher Carol pegou na feira do pastel para construir uma casa. Bernardo ao empilhar as pedras afirmou que estava “colinho nas pedras”, ou seja, colocando uma pedra no colo da outra, e Luiza disse que a obra se chamava “Coisatetônica”. Amora também disse: “Teacher Carol é arte!”. Foi de fato, uma atividade especial, e esses pequenos foram verdadeiros artistas, além de interessados na proposta.


Algumas informações sobre Henrique Oliveira e a “Transarquitetônica”


Henrique de Souza Oliveira (Ourinhos, São Paulo, 1973) é pintor e artista multimídia. Com formação em Comunicação Social (1996), na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e,, em pintura, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 2004. Recebe em 2005 o prêmio Visualidade Nascente, do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma). Foi o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) em 2014, que abrigou a ocupação e a própria arquitetura do museu, é a instalação/escultura/pintura/arquitetura da obra*:

Segundo o autor tem como referência a rodovia transamazônica, construída para ligar o “nada a lugar nenhum”, é uma instalação que poeticamente discute a história da arquitetura racionalista criada no século passado, passando pelas construções precárias que aos olhos dos espectadores simulam uma “favela” até chegar aos primórdios abrigos dos homens das cavernas, ponto que obriga uma maior flexibilidade do espectador para chegar até o final. Para realizar toda essa transformação o artista utilizou técnicas simples de construção como a alvenaria e a casa de barro, até chegar a estranha construção de tapumes, criando um labirinto que serpenteia as colunas da arquitetura original projetada por Oscar Niemeyer. Essa dicotomia entre Henrique Oliveira e Oscar Niemeyer leva o público a questionar todas as formas de ocupação do espaço a partir do épico e do grandioso.

Esperamos que essas palavras os façam sentir como foi ter essa experiência artística e que os estimulem cada vez mais a procurarem a Arte como recurso essencial para nosso movimento constante que é viver.


See you soon!

Teachers Carol, Helen and Simone.






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